Verônica Dantas fala sobre como a IA está transformando os serviços bancários


 A inteligência artificial deixou de ser apenas uma tendência para se tornar um pilar essencial na transformação dos serviços bancários globais. Para a especialista em inovação financeira, Verônica Dantas, a IA representa não apenas uma evolução tecnológica, mas uma revolução cultural dentro das instituições bancárias. Ela redefine a forma como os bancos operam, atendem e se conectam com seus clientes, abrindo caminho para um sistema mais eficiente, acessível e personalizado.

Segundo Verônica, a principal contribuição da IA está na automação inteligente, que vai muito além da simples execução de tarefas repetitivas. Hoje, os bancos utilizam algoritmos capazes de analisar padrões de comportamento, prever necessidades e oferecer soluções financeiras de forma proativa. Chatbots e assistentes virtuais já são responsáveis por grande parte dos atendimentos iniciais, solucionando dúvidas, renegociando dívidas e até aprovando operações simples em segundos — tudo com precisão e disponibilidade 24 horas por dia.

Outro impacto notável é a personalização da experiência do cliente. Em vez de oferecer produtos genéricos, os bancos passaram a utilizar IA para entender o perfil de cada usuário e propor ofertas sob medida, como limites de crédito ajustados automaticamente, sugestões de investimentos compatíveis com o apetite de risco e planos financeiros baseados no histórico de consumo. Para Verônica, essa capacidade de antecipar desejos e comportamentos cria uma nova forma de relacionamento, mais humana e empática, mesmo sendo mediada por tecnologia.

No entanto, a especialista ressalta que o maior avanço proporcionado pela IA talvez esteja na segurança e prevenção de fraudes. Sistemas inteligentes monitoram milhares de transações em tempo real e identificam atividades suspeitas com rapidez superior à de qualquer equipe humana. Essa vigilância constante fortalece a confiança dos clientes e reduz significativamente perdas financeiras, tanto para bancos quanto para consumidores.

Além disso, a IA tem desempenhado um papel crucial na inclusão financeira. Com o uso de dados alternativos, como hábitos de consumo digital e comportamento em redes sociais, os bancos conseguem avaliar o risco de clientes que antes eram considerados “invisíveis” pelo sistema tradicional de crédito. Isso permite que microempreendedores, autônomos e pessoas sem histórico bancário tenham acesso a empréstimos, cartões e serviços antes inacessíveis.

Mas nem tudo são flores. Verônica alerta que a adoção da IA exige responsabilidade ética e transparência. É fundamental que os algoritmos sejam auditáveis e livres de vieses que possam causar discriminação. Além disso, os bancos devem garantir a proteção dos dados dos clientes e comunicar de forma clara como essas informações são utilizadas. “Tecnologia sem confiança não gera valor”, afirma.

Olhando para o futuro, Verônica acredita que os bancos evoluirão para se tornar ecossistemas inteligentes, conectados a diversos serviços do cotidiano — desde saúde e educação até mobilidade e entretenimento — com a IA como cérebro central dessa integração. O banco deixará de ser apenas um local de transações para se tornar um parceiro estratégico de vida.

Para ela, o segredo não está em substituir pessoas por máquinas, mas em unir eficiência tecnológica com sensibilidade humana. A IA pode ser a ferramenta mais poderosa da história do setor bancário — desde que usada com empatia, inteligência e propósito.

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